Favela do Jacarezinho. Campeonato entre bocas de fumos. Cada chefe da boca montava seu time. E, para ostentar, os times desfilavam uniformes lindos. Tinha um que usava o conjunto completo do atlético mineiro (camisa, short e meião), outro do flu, botafogo, etc.
O meu, era o time do "campo do abóbora" (não me perguntem o porquê do nome). Nosso uniforme era produzido só para o campeonato. Advinhem a cor? Preto e branco (não me perguntem o porquê).
Eu, com aproximadamente 16 anos, saí de casa por volta das 19 horas. Peguei o metrô e saltei na estação Maria da Graça. De lá até o campo, caminhei, talvez uns 20 minutos, entre ruelas e bocas de fumo. Tudo era vendido e consumido na frente de todos, sem constrangimento. Local escuro. Eu, feliz da vida - e sem noção de perigo -, fui me informando, com traficantes e moradores, onde era o campo. Fui chamado pelos meus amigos do Olaria, que moravam no Jacarezinho, e queriam que eu reforçasse o time do abóbora.
Chego e a partida já havia começado. Tomo um esporro, troco de roupa correndo, e entro no campo. Pra compensar o atraso, e tentar entrar logo no ritmo do jogo - que pegava fogo -, iniciei marcando muito firme, reclamando com o juiz e fazendo outras fanfarronices. Afinal, era mata-mata.
Até que, num determinado momento: faço uma falta forte, sequer peço desculpas, e ainda reclamo com o juiz. O árbitro, ao invés de me advertir com cartão, fez algo muito mais eficaz. Colocou a mão no meu ombro e disse, em tom assustadoramente calmo: "Filho, acho bom você chegar devagar. Você não está em casa, não. Abre o olho!"
Foi quando olhei ao redor e vi que realmente não estava em casa. O campo estava lotado de gente - com fuzil, pó, pistola etc, e me olhando com caras nada amigáveis. Entendi o recado! Murchei totalmente, passei a jogar como uma lady. Perdemos o jogo. Não quiz nem ficar pra churrascada (e outras coisas) grátis que rolava depois das partidas.
Fui embora da favela. Foi lá que aprendi a chegar devagar, pois jacaré com abóbora dá caganeira!
Foi quando olhei ao redor e vi que realmente não estava em casa. O campo estava lotado de gente - com fuzil, pó, pistola etc, e me olhando com caras nada amigáveis. Entendi o recado! Murchei totalmente, passei a jogar como uma lady. Perdemos o jogo. Não quiz nem ficar pra churrascada (e outras coisas) grátis que rolava depois das partidas.
Fui embora da favela. Foi lá que aprendi a chegar devagar, pois jacaré com abóbora dá caganeira!
2 comentários:
Meu Deus... essas histórias me assutam cada vez mais hauahuahau cada hora vc vem com uma mais bizarra que a outra.. quando eu acho que não dá para ser pior.. vc se supera!
huahuahauahu
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