quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Unidade


Se um dia eu lhes fizer um bem, por favor, não me retribua. 

Retribua ao primeiro que estiver necessitando ao seu lado. Peça igualmente que este não te retribua, e assim por diante. Vamos fazer disso uma corrente positiva, que gera amor, perdão, transformação.

A humanidade é uma só, não existem fronteiras nem classes.

Cabe-nos limar a negatividade, a culpa ao próximo, a vitimização, e despejar solidariedade, compreensão. Só o amor cura. Tem muita gente esperando gestos simples de auxílio gratuito, desinteressado.

Ao dizermos: “Perdoai nossas ofensas, assim como perdoamos a quem nos tem ofendido” entramos em contato com uma pequena parte das leis divinas: a vida é um espelho! Ela nos dá de volta aquilo que enviamos.

Apenas relembrando, se eu te fizer um bem não me retribua. Da mesma forma, se eu te fizer mal, não me retribua, não passe pra frente. Não faça xixi na piscina que estamos. Quebre imediatamente a corrente negativa e a transforme em positiva.

Saiba que o bem que recebes hoje é fruto de outro bem que foi lançado anteriormente a outro, que teve a sabedoria de passar pra frente, nessa massa única que é a humanidade.

Envie aquilo que necessitamos.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Mais próximo



“Quem julga as pessoas não tem tempo de amá-las” (Madre Teresa da Calcutá)

Mais difícil do que amar ao próximo é amar quem está próximo: vizinhos, pais, irmãos, parentes...

Nos indignamos com abandono de crianças na rua, mas somos incapazes de acolher nossos pais sem qualquer tipo de julgamento.

Ficamos revoltados com a violência, e temos, na ponta da língua, os motivos que nos levam a odiar um parente/amigo que nos fez mal.

Admiramos os Médicos Sem Fronteiras, mas não nos movemos para conhecer quem não por acaso cruza nosso caminho: porteiro, garçom, empregada, faxineira.

Não nos exige tanto auxiliar quem não conhecemos, pois não julgamos, não precisamos confrontar sentimentos feridos.

Talvez aí esteja o motivo e a grandeza do ato: modificar-se. Exercer e ampliar um amor adormecido.

Fazer barganha com nosso amor, nossa atenção, apenas para pessoas que, em nosso limitado julgamento o mereçam, é mesquinharia! É muita presunção.

Ajudar discordando do comportamento demanda grandeza, desprendimento, faz reverter a roda da tristeza, da solidão de quem mais precisa.

Nos liberta de ser obrigado a desgostar de alguém. Alivia a alma.

Talvez por isso cada vez vemos mais crianças e idosos abandonados, violência, almas miseráveis...

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Busca


"Tudo que precisamos é de amor" (Beatles)

Pode parecer exagerado, fantasioso. Que nada.

Nossa busca incessante por dinheiro demasiado, fama, reconhecimento, poder... lá no fundo, é busca por amor!

A maioria de nossos desentendimentos, de alguma forma, é por alguém ter sido frustrado em amar ou ser amado.

O plano de vida hostil em que vivemos nos confunde, nos distrai dessa percepção. Mas parece que é aqui mesmo, no lodo, na enganação, que temos que fazer brotar essa semente colocada cuidadosamente, com muito amor, dentro de cada um de nós!

Amar é dar ao outro aquilo que necessitamos.

Dar amor ao ser humano é dar comida pra quem tem fome. É preencher e acariciar aquele espaço que dói, incomoda, irrita.

É como aquele leão bravo, raivoso, em busca de comida. Uma vez saciado fica calmo, dócil, manso.

Mais que sentimento, amor é gesto, atitude: está no amparo, no perdão, na compreensão, na falta de preconceito, na doação.

Admiramos tanto figuras como Mandela, Ghandi, Madre Thereza porque enxergavam o próximo como carentes de amor e exercitavam, mesmo no meio de tanta violência.

Não por acaso Jesus falou:

“Amai-vos uns aos outros assim como eu vos amo” (Jo 15:12)

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Imagem e semelhança



"Deus existe. Mas não é Deus" (Fernando Pessoa)

É curiosa a imagem que fazemos de Deus.

Ao te mandar para o inferno por toda a eternidade, pagando por um erro cometido sabe-se lá há quanto tempo e por qual motivo, Se mostra extremamente vingativo e rancoroso. Aliás, vingança demoníaca!

Carente, necessita, a todo tempo, ouvir que é poderoso, Senhor (com letra maiúscula), único.

Outras vezes parece extremamente irritado, impaciente. Toma partido em favor de pessoas. Torce para um determinado time, faz bico de segurança pessoal.

Orgulhoso, não admite desconfiança, exige sacrifícios pessoais e financeiros em troca de bênçãos. Afinal, não vai se coçar por merreca!

Limitado, carece de nossa ajuda, de guerras, de nossos pedidos indicando o que fazer, a quem salvar ou punir. E muitas vezes temos que gritar, eis que tem problemas auditivos.

"Obrigado. Se não fosse você, meu filho, nem saberia o que fazer..." / "Ainda bem que me avisou do problema do fulano. Nem conhecia ele."

Se morasse no alto da mais perigosa montanha, arriscaríamos nossa vida para encontrá-lo, caminharíamos meses, anos. De frente com o criador ouviríamos o maior dos ensinamentos:

- Cuida da tua vida! Ajuda teu irmão. Não podendo, deixe-o em paz.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Juntar para ser livre


O povo escocês decidiu não se separar do Reino Unido. Questões políticas e econômicas à parte, o ser humano aos poucos vai percebendo que precisa se unir. As fronteiras, os grupos, as denominações servem para identificação, mas principalmente para rejeição.

Essas separações dão uma falsa sensação de liberdade. Muitas vezes é uma vontade de poder disfarçada de liberdade, pois em pequenos grupos existem mais chances de domínio.

Quanto mais unidos, mais nos confrontamos, mais possibilidades temos de nos conhecer e portanto mais livres seremos. Quanto mais preconceituoso mais limitado o homem se mostra.

Meu pai disse: “A humanidade faz mais guerras por liberdade que por comida – e olha que milhões de pessoas passam fome diariamente!”. Dessa verdade se extrai que a liberdade é um valor maior que a fome. É instintivo: Precisamos de comida para sobreviver, mas de liberdade para viver!

Quantas pessoas SE mudam em busca de liberdade. Vão para outros países, trocam de moradia, relacionamento, cabelo, sexo... mas quantas pessoas verdadeiramente SI mudam?!

A grande prisão é interna, nas nossas inseguranças e medos. No auto enfrentamento. Está nos olhos do outro. Isolar-se e /ou fugir do diferente é a pior das prisões.

sábado, 20 de setembro de 2014

Ajudas


Era uma vez um sujeito que sempre fazia o bem. Auxiliava o próximo com alimentos, agasalhos, bens materiais e valorosos conselhos.

Esclarecia e consolava indistintamente, fosse conhecido ou não, amigo ou inimigo – pois entendia que o inimigo ou desconhecido de hoje, com amor, era o amigo de amanhã.

Foi desenvolvendo visão universalista entendendo que todos somos natureza, respeitando a vida e a dignidade dos animais e do meio ambiente.

Foi percebendo o sofrimento era uma ferramenta necessária para que o ser humano se mobilizasse.

Porém, foi notando que mesmo com todo o sacrifício no bem, muitas coisas continuavam estagnadas em sua vida, invariavelmente o vazio lhe consumiam a alma...
Aliviava o sofrimento alheio. Mas e o seu? Os dias se passavam sem resposta... o que aumentava sua angústia e depressão.

Até que num desses trabalhos ouviu de um inspirado aluno:
“Aprendi com você que nos enxergamos no outro. Ajudar é desenvolver e afiar as ferramentas para melhor nos conhecer. Por mais que ajudemos não temos como fugir de nossas questões, de nossas mudanças, que são tão dolorosas e difíceis. Não dá para barganhar conosco. Não se enfrentar é viver estagnado, sem sentido. Com todo o seu talento em ajudar, você deve ser muito bem resolvido e enfrentar todas as suas questões. Te admiro.”

Ele percebeu que só conhecia o próximo.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Lógica


 Não tenho a pretensão de entender Deus, em sua inteligência suprema, onisciência e onipresença. Mas partindo desses conceitos básicos, podemos tirar algumas lógicas.

Ele tem que ser universalista, ou seja, sem qualquer distinção de território, raça, crença, etc. E com visão de conjunto, do todo! Semelhante a como vemos um formigueiro.

Visto de cima, todas as formigas são iguais. Buscam seu caminho, se esbarram, se organizam, e, em seus mundos particulares, são imprescindíveis!

Naturalmente todas têm potenciais: inteligência, força, energia, ódio, amor, etc. Essas capacidades não podem ser roubadas por suas semelhantes. Da mesma forma só podem ser desenvolvidas individualmente – independentemente de ajuda.

Elas têm a liberdade de escolher qual potencial preferem desenvolver. Provavelmente existem formigas mais e menos desenvolvidas, que misturadas suprem mutuamente suas necessidades. Elas não têm consciência que uma depende da outra e que o conjunto gera uma harmonia.

Imaginemos que utilizassem esses potenciais para guerrear com suas semelhantes por motivos de conquistas, vaidades, ódios de raça ou crença, ao invés de se ajudarem para combaterem a fome, a ignorância, a doença, a angústia e a dor da alma.

Tanta coisa importante pra fazer e as formigas menos pretinhas repudiando as formigas mais pretinhas...

Meu Deus, qual a LÓGICA??


quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Equação




Família maravilhosa + trabalho maravilhoso + amigos maravilhosos = vida maravilhosa/felicidade! 

E quando isso está exposto no facebook, então, batata!

Precisamos nos mostrar e afirmar felizes, pois em caso de baixa, o amigo está fundamentado para nos lembrar.
Desculpe informar, mas essa equação está cientificamente provada como um engano.

As necessidades reais vão muito além disso. Nossa alma grita! Não por acaso tantas pessoas preenchem esses requisitos e vivem melancólicas, vazias, perdidas, baixa autoestima, sem falar nos constantes casos de suicídio – direto ou indireto.

Nesses momentos de lucidez, quando estamos em baixa, relemos a equação buscando explicação, e ficamos ainda mais confusos.

Como se fosse um manual de conduta: “família + amigos + trabalho = felicidade e pronto! O resto é frescura! Coisa da minha cabeça.” Ledo engano.

Parece que tem um espaço dentro de nós, um lugarzinho lá no fundo, que pede muito mais que isso. Dispensa materialidades, publicidades, etc.

Nossa alma clama por uma conversa, quer nos mostrar os pontos faltantes em nossas individuais equações. Buscamos distrações para não ouvir. Ouvir requer imersão, silêncio.

Existe um ensinamento que bem retrata isso: A água em movimento reflete nossa imagem distorcida; um espelho de água mostra nossa imagem fiel.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Pais e Filhos


Pai: “Tenha muito cuidado por onde andas”.
Filho: “Tenha cuidado você. Lembre que sigo teus passos...” (diálogo extraído da internet)

Concordo plenamente! 

Mais forte do que o exemplo e do que as palavras, o melhor ensinamento é aquele que vem impregnado. Como aquele pássaro condutor de pólen.

Tenho a impressão que essa sim é a comunicação universal.

Não precisa explicar para que seu cachorro perceba sua tristeza. Ele capta a informação e se aproxima.

Quantas vezes ouvimos de profissionais: “Primeiro tem que tratar os pais, depois a criança!”. E muitas vezes a criança não viu nada!

“Aonde esse menino aprendeu isso?” Provavelmente no mesmo local que você!

Só que a recíproca é verdadeira. Os pais também sentem o reflexo do comportamento dos filhos.

Estamos todos conectados. Cuidar do outro é cuidar de você! Um sente a dor, a paz e o aprendizado do outro... caminhamos juntos, por estradas parecidas, comportamentos semelhantes...

Como bem disse Renato Russo:
Você me diz que seus pais não entendem / Mas você não entende seus pais.
Você culpa seus pais por tudo / Isso é um absurdo
São crianças como você / O que você vai ser / Quando você crescer.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Intenção


Uma pena que nossos códigos civis e penais ainda sejam tão limitados e não alcancem o real problema. Seria muito bom que nossas forças policiais pudessem coibir a arma mais destrutiva de todas. A humanidade agradeceria se tivéssemos uma máquina parecida com detector de metais para impedir a má utilização. Certo mesmo é que até o ascensorista dissesse: "assim você não entra aqui!" 

Menos mal que as leis universais não falham, e não se esqueceram de fazer-nos vítimas de nossas próprias intenções. Não interessa o que você quer, e sim sua real intenção com o que você quer.

Parece que o universo ouve mais profundo e atende nossa real intenção. Vejamos.

Fred, atacante da seleção brasileira, desejou muito ganhar a copa do mundo. Talvez sua real intenção fosse ser ainda mais famoso. E conseguiu! A seleção brasileira, objetivando vencer o mundial em casa, quiçá tivesse a real intenção de entrar pra história. E conseguiu!

De repente, melhor do que lutar tanto por algo, é saber pra que lutar por isso... qual benefício? O que fazer com isso?

Quantas vezes nos desgastamos, magoamos pessoas, desfazemos amizades e brigamos por uma belíssima caixa de fezes? O difícil depois é desapegar dela, por ser bonita aos olhos dos que não conhecem seu conteúdo e utilidade.

Será que o detector de intenções apita com você?

sábado, 2 de agosto de 2014

Mala


Tem gente que para encarar a companhia só mesmo embriagado.

Se der o azar de parar só você e ele num metrô, por exemplo, tenha sempre um celular a tiracolo para se distrair. Se cruzar na rua entre no primeiro bar e peça uma. 

Esse tipo de gente persegue...

Para evitar esse encontro existem várias técnicas amplamente utilizadas e aprovadas: trabalhar cada vez mais, ocupar-se com problemas inventados, reclamar de qualquer situação, fazer compras, comer mais, apontar o defeito dos outros, encher a agenda de compromissos sociais, evitar o silêncio interior...

Existe uma técnica comum a alguns grupos (budismo, conscieciologia) que faz o movimento oposto! Propõe uma lua de mel com o sem alça por dez dias.

Só você e ele sem qualquer defesa. Uma desintoxicação. Contam os corajosos que os primeiros dias são insuportáveis, em virtude da abstinência e da ansiedade. 
Encarar alguém que não conhecemos é difícil. Medo do novo!

Passados os primeiros dias, saem as ideias dos outros, saem as criticas aos outros. Passam a vir as nossas ideias e autocríticas, que verdadeiramente desconhecemos.

Dizem que o conteúdo da mala é apaixonante! Ninguém escapa de uma boa conversa.

E aí, vai se encarar?

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Amigo

 
Essa semana comemoramos o dia do amigo. Momento bom para pensar que tipo de amigo somos. Amizade num sentido amplo, de relacionamento.
A conscienciologia traz duas figuras exemplificativas de amigo: o cego e o amparador.
Cego é aquele que faz tudo por você. Te livra das furadas, não importa as consequências. Costuma ficar bem na fita.
Ao lado do cego você se ilude. Crente que está abafando, mas com alface no dente.
O amparador está mais preocupado com seu amadurecimento. É capaz de te fazer passar vergonha, se for importante para o aprendizado.
Me lembro de uma menina acostumada a se safar quando pega com drogas. Até que foi parada numa blitz. Seus pais se recusaram a subornar. Foi processada e condenada a prestar serviços numa comunidade carente. Vergonha geral!
Na pena, se apaixonou pelo serviço social e não parou mais. Se encontrou! “Imagina se eu tivesse subornado? Nem sei o que seria de mim... agradeço aos meus pais!” reconheceu.
E você, meu amigo, qual papel costuma desempenhar? Avisa ou não da alface no dente?

sábado, 19 de julho de 2014

Flashes 21


De férias no flamengo (ainda não tinha contrato) fui chamado para fazer parte da equipe de juniores do Joinville, que excursionaria à Itália objetivando vender jogadores. Aos 18 anos, para futebol, é uma idade tensa, de definição. Oportunidades cada vez mais raras!

O clube tinha cedido a categoria para um grupo de empresários escrotar, digo, explorar.

Nós, jogadores, vivíamos numa grande casa, que abrigava gente de todo Brasil! Me lembro que o café da manhã era pão, manteiga, mel, leite e café. E vamos pro treino!

No fim das contas se mostrou mais uma furada! Foram apenas dois ou três dias de estada, até os gênios do planejamento perceberem que não dava tempo para embarcar com o grupo, que estava fechado, inscrito, com visto no passaporte, etc.

Enfim, ao final do treino da tarde estava na calçada em frente a casa pensando na vida (sempre empolgado!) quando passa um carro bem devagar olhando pra dentro do imóvel... e me pergunta. "Fulano está aí?"     

"Não conheço" - respondo.

Ele vai; depois volta e pergunta por outro jogador - no que obtém a mesma resposta. Fiquei a meia distância observando um movimento intenso de carros... ao mesmo tempo uma euforia dentro da concentração. Muito jogador se arrumando, saindo, burburinho...

Estranhando aquele cenário pedi explicação a um colega. A resposta veio com o tom e a serenidade de uma mãe que explica ao filho porque o céu é azul.

- Eles vêm para buscar a rapaziada para dar uma "volta". Jantar, passear no shopping... no final dão um dinheirinho, um tênis novo e fica tudo certo!

O mais trágico era a normalidade de como tudo ocorria... fiquei constrangido de achar estranho! Apenas passei a olhar esquisito pra quem tinha tênis novo...

Como diria Januário de Oliveira (antigo narrador de futebol): Sinistro, muito sinistro! 

terça-feira, 15 de julho de 2014

Obrigado, Luiz Felipe



Vexame, humilhação, vergonha! Passado o susto vêm as análises da derrota brasileira: apostou em um esquema ultrapassado; demorou mudar; convocou quem não confiava; não tinha plano B, etc.

Felipão demonstrou humanidade.

Sem justificar, mas quem de nós nunca se baseou em acertos do passado para errar no presente? Quantas vezes insistimos com pessoas que, no fundo de nossa essência, não confiamos, mas mantemos por não querer acreditar no óbvio? Por medo das mudanças!

Levante a mão aquele que tem um plano B para modificar sua vida agora, mesmo sabendo que ela não está no melhor dos rumos!

Faz o quatro quem nunca fracassou. Quem nunca sentiu vergonha por ter errado. Perdido aquela chance de ouro. Decepcionado quem não merecia!

Quem nunca teve vontade de sumir por ter sido rejeitado?!?! Quem nunca ficou atônito, sem reação, vendo todos os seus conceitos, supostamente perfeitos, desmoronarem?!?!

Quem nunca foi de salvador da pátria a cocô-do-cavalo-do-bandido num piscar de olhos, que morda as orelhas!

Ou seja, Quem nunca tomou de sete a um em casa que atire a primeira pedra!

Felipão foi mais um Luis. Foi mais um ser humano.

Obrigado, Felipão, por nos lembrar a essência incerta de todos nós.

Vamos deixar de hexa-geros!

sábado, 12 de julho de 2014

Convidados 11

 
É a segunda vez (primeira foi em "Excelências à parte 5") que ela concede a honra de participar.  
 
Gabriela Marinho foi colega de escritório em 2011. Juntos fundamos o fã clube do Alexandre Câmara rsrsrs e colecionamos ótimas estórias. 
 
A mãe da Catarina e esposa do Cacá hoje arrebenta em seu escritório. Além da capacidade técnica, conjuga muito bem os estilos "ninguém-escapa-de-uma-boa-conversa" com "tiro-porrada-e-bomba!". Não a toa, já saiu ovacionada de assembleias.
 
A história é impressionante! Manda aí, Gabi.   
 
 
A JORNADA
 
CERTA VEZ, AINDA ESTAGIÁRIA DE DIREITO, FUI DESIGNADA ATÉ O FÓRUM REGIONAL DE MANGARATIBA PARA UM IMPORTANTE TRABALHO. ESTAVA NO 1º PERÍODO. PEGUEI UM TAXI EM DIREÇÃO À RODOVIÁRIA. COMECEI A PERCEBER QUE O TAXISTA CHORAVA COPIOSAMENTE, TENTANDO NÃO ME FAZER NOTAR A TAMANHA ANGÚSTIA QUE O ASSOLAVA.
 
- MOÇO, O SENHOR PODE ME DEIXAR AQUI MESMO. NÃO TEM PROBLEMA, PEGO OUTRO TÁXI. VEJO QUE O SENHOR NÃO ESTÁ BEM. 
 
E ELE PRONTAMENTE RESPONDEU:
 
- A SENHORITA VAI VIAJAR PRA AONDE? TE LEVO E TRAGO PELA METADE DO PREÇO DE SUA PASSAGEM, INDEPENDENTEMENTE DE SEU DESTINO. POR FAVOR NÃO ME ABONDONE TAMBÉM.
 
NA HORA PENSEI: "CRUZES, DEUS ME LIVRE IR A QUALQUER LUGAR COM ESSE HOMEM NESTA CONDIÇÃO. IMAGINA SE ELE É UM PSICOPATA E TENTA ALGUMA MALDADE COMIGO." MAS NO MESMO INSTANTE EM QUE NOSSOS OLHARES SE CRUZARAM ATRAVÉS DO RETROVISOR TIVE A CERTEZA DE QUE DEUS HAVIA ME COLOCADO NAQUELE ASSENTO POR UM PROPÓSITO QUE SEQUER MINHA MATURIDADE, AOS 18 ANOS IDADE, ENTENDERIA.
 
TOPEI E DISSE: VAMOS JUNTOS! ATÉ LÁ SEI QUE PODEREI AJUDÁ-LO EM SUA ANGÚSTIA E TENHO CERTEZA QUE NA VOLTA O SENHOR ESTARÁ BEM MELHOR, E EU SÃ E SALVA.
 
COM UM ÚNICO SORRISO DE CANTO DE BOCA, ELE ASSENTIU.
 
PARECENDO UMA LOUCURA, FUI DO RIO ATÉ MEU DESTINO OUVINDO SEU PROBLEMA:
 
- SABE MOÇA, TRABALHO NA PRAÇA HÁ 25 ANOS E PELO MESMO PERÍODO SOU CASADO COM A MULHER DA MINHA VIDA. NUNCA HESITEI EM AJUDAR NA CRIAÇÃO DAS CRIANÇAS, SER BOM MARIDO, E ATÉ NA CAMA NUNCA A DEIXEI NA MÃO. E OLHA, QUE JÁ TENHO MAIS DE 60 ANOS, HEIN?! POIS BEM, HOJE DE MANHA ME DESPEDI AVISANDO QUE SÓ VOLTARIA NO INICIO DA NOITE COMO FAÇO TODOS OS DIAS; MAS COM VONTADEDE SURPREENDE-LA, RETORNEI O QUARTEIRÃO E PONDEREI QUE SERIA ÓTIMO PASSAR O DIA TODO JUNTO A ELA. 
 
 (E AGORA ELE JÁ EM PRANTOS) SOLTOU O VERBO: 
 
- CHEGUEI “EM” CASA E VI TUDO APAGADO, SÓ OUVIA O APITO DA PANELA DE PRESSÃO DO FEIJÃO QUE COZINHAVA. QUANDO ENTREI NO QUARTO, LÁ ESTAVA ELA: FAZENDO AMOR COM UM DOS MEUS MELHORES AMIGOS. REALIZANDO COM ELE O QUE A MIM SEMPRE SE NEGOU A FAZER. MAS A SENHORA ACHA QUE FUI BOBO? NÃO DEIXEI QUE ME VISSEM, ENTREI NO CARRO E PENSEI EM BATER NO PRIMEIRO POSTE COM TODA A FORÇA. ASSIM ELA MORRERIA DE REMORÇO EM IMAGINAR QUE ENQUANTO EU SAIA PARA TRABALHAR, ELA ESTAVA ME TRAINDO.
MAS AÍ, A SENHORITA FEZ SINAL E POR ISSO RESOLVI QUE FAZENDO UMA VIAGEM COM UMA JOVEM CHEIA DE MOCIDADE ISSO TALVEZ ME TROUXESSE ALGUMAS HORAS DE REFLEXÃO E QUEM SABE NEM MATARIA MAIS, AFINAL SE EU REALMENTE BATESSE COM O CARRO COMO GOSTARIA, PROVOCANDO MINHA MORTE, PROVOCARIA A SUA TAMBÉM!
 
GELEIIIIIIIII!!!!!
 
CHEGANDO AO NOSSO DESTINO, REALIZEI MEU TRABALHO IMAGINANDO QUE DEPOIS QUE DESEMBARCASSE DO VEÍCULO ELE IRIA EMBORA NO INTUITO DE CUMPRIR A MISSÃO TRADUZIDA NA MAIS TEMEROSA DAS OUSADIAS: O SUICÍDIO! E EU COMO FICARIA SE SOUBESSE DISSO? TALVEZ JAMAIS ENTRASSE EM UM TÁXI NOVAMENTE.
 
QUANDO JÁ NA RUA E O VI PARADO DENTRO DO CARRO, MEU CORAÇÃO TRANSBORDOU DE PAZ E IMAGINEI QUE ALÉM DO MEU TRABALHO, ESTAVA OPERANDO A AJUDA DE UM DESESPERADO QUE SE DEBRUÇOU NA JOVIALIADADE DE UMA RELES ESTAGIÁRIA QUE TALVEZ TODO O MEU CONCEITO DE VIDA MUDARIA.
 
JÁ NA VOLTA, ELE ESTAVA BEM MELHOR E ME AGRADECENDO POR TÊ-LO OUVIDO POR MAIS DE 3 HORAS SEM PARAR, E QUANDO CHEGAMOS ME PROMETEU: HOJE SEREI OUTRO HOMEM, PEDIREI O DIVÓRCIO E VIVEREI A ATENDER MEU TEMPO A ESCUTAR AS ANGÚSTIAS ALHEIAS ASSIM COMO VOCÊ FEZ.
 
NÃO ME COBROU A CORRIDA, E AINDA JUROU QUE JAMAIS SOFRERIA POR ALGUÉM QUE NÃO O MERECIA, QUE NÃO O VALORIZOU.
 
E EU, COM APENAS 18 ANOS DE IDADE, PERCEBI: CONFIAR EM QUE NUNCA SE VIU PODE PARECER PERIGOSO, MAS CONFIAR EM QUE SE ACHA QUE SE CONHECE PODE SER AINDA MAIS DESTRUITIVO.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Ferrari ou Charrete?

Contam que a travessia de uma cidade para outra levava 40 minutos de charrete. Um senhor, querendo encurtar o tempo, alugou uma Ferrari. Mas foi avisado pelo capiau “Vai levar os mesmos 40 minutos!”.

Impossível, pensou. Como uma Ferrari pode levar o mesmo tempo que uma charrete? Acelerou bastante, estava bem próximo quando não tinham passados sequer dez minutos. “Sabia que era mais rápido!” – comemorou.

Passados dois minutos e o carro quebra num buraco! Após o conserto, retorna à pista, acelera, e pow! – fura o pneu numa garrafa. Passa perigo à beira da estrada, ajeita tudo, volta a correr e bate numa árvore! Não reparou a curva! Mais um ajuste.
Já ressabiado, o motorista resolve ir devagar prestando atenção na estrada, desviando dos perigos, observando o veículo que conduz. Até que chega ao seu destino 40 minutos após a saída!
Encontra o capiau chegando de charrete e ouve:
-Falei? O tempo de duração de nossa viagem é o mesmo. Se acelerar demais vai quebrar, parar, se irritar, se expor a perigos, errar o caminho... seguir o fluxo e não chegar aonde deseja.
A garrafa continha um aviso, a árvore te enviava oxigênio, a curva te desviava dos perigos. Você não entendeu nada. E pior, não admirou a beleza da estrada, não auxiliou quem realmente precisava. Criou um ciclo vicioso de correr, se irritar e quebrar.

O importante é o percurso, e não o destino. Até porque o destino é consequência do percurso. 


quarta-feira, 2 de julho de 2014

Além da cortina



Segundo a Kabbalah, o mundo físico só nos permite enxergar 10% da realidade que nos rodeia.

Ou seja, existe 90% de coisas que não enxergamos. Como se existissem cortinas limitando nossa visão. Achamos que a cortina é toda a realidade. Por isso surgem os questionamentos: “Minha crise não tem solução – Não mereço isso – Fulano é um caso perdido“

Além da cortina, entendemos nossos problemas como verdadeiras oportunidades de evolução, abandonarmos ideias, preconceitos e comportamentos limitados.

Somos a criança que chora por ter que ir à escola. O Pai não vai nos poupar do ensino, gostemos ou não. Convenhamos, criança mimada é insuportável!

O tímido colocado em situação de exposição, reclama, mas não percebe o bem que causará o enfrentamento. O incômodo (trabalho, relacionamento, pessoal) provavelmente é a cortina que está curta demais. Entendamos e ampliemos!

Quantas coisas que julgávamos ruins acabaram proporcionando engrandecimento, liberdade?

Pensar que a vida iniciou e se encerra nesta curta passagem terrestre faz parte dessa visão limitada dos dez por cento.

Ninguém está jogado ao acaso. Se refletirmos e trabalharmos com desprendimento vamos entender que as barreiras tem função de aprendizado e a angústia vai acabar logo ali depois da cortina.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Amor que nos move



Deus quando te olha Ele não vê o que você se tornou; Ele vê exatamente quem você é, porque foi Ele que te fez.

E nesta formação colocou a semente do amor dentro de cada um de nós, que necessita ser regada para que possa frutificar e transformar nossas vidas.

Nada do que te fazem, ou que você mesmo faça, pode alterar tua identidade celestial, tua alma, teu espírito, tua capacidade de amar. E os grandes mestres sabem disso.

Por isso Mandela pensava "Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. O ódio se aprende, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar".

Por isso Cristo dizia "Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem" (Mt 5:43).


Por isso Martin Luther King dizia "Aos nossos mais implacáveis adversários, diremos: ‘corresponderemos as vossa capacidade de nos fazer sofrer com a nossa capacidade de suportar sofrimento e amar. Enfrentaremos vossa força física com a força do nosso espírito. Podeis prender-nos e os amaremos ainda! O que não podemos, em boa consciência, é acatar leis injustas, pois tal como temos a obrigação moral de cooperar com o bem, também temos a de não cooperar com o mal. Tenham a certeza que venceremos pela nossa capacidade de amar. De tanto apelarmos para a vossa consciência e para o vosso coração, quando alcançarmos a vitória, ela não será só nossa será de todos! ’”.

Alimento



O movimento humano de evolução, de salvação, de auto conhecimento, é um só. E pode se dar de várias formas, com diversos nomes: judaísmo, budismo, cristianismo, conscieciologia, kabbalah, etc.

Vale lembrar que Buda não era budista, Cristo não era cristão, Maomé não era muçulmano. Eles ensinavam o amor incondicional! O amor era a receita.

A distinção é apenas humana. Não tem relevância em termos de evolução.

Um come carne, outro massa, outro salada... tudo alimenta. Depende do paladar, do nível de fome, e refinamento de cada um.

Pensar que chocolate é bom pra todos, é desconhecer que seu irmão sofre de diabetes, e essa comida lhe fará mal.

Somos livres, embora nem sempre exerçamos essa liberdade! Temos o direito de escolher o que preferimos. Do mesmo modo, escolher um caminho tradicional, ou traçar o seu próprio, é um direito - e não uma obrigação.

Lembro de um rapaz que tornou-se deficiente físico após um acidente e descobriu na canoagem ensinamentos que proporcionaram paz e luz para suas angústias. Se descobriu!

O ensinamento está em todo lugar. Deus aproveita qualquer situação para nos fazer refletir. Ele fala a língua que você quiser! Afinal, a evolução é inclusiva. O amor não tem fronteiras!

Quem sou eu?



Recebemos muitas influências: família (genética), ambiente, experiências, pessoas, cultura, etc. E, principalmente, de nossa alma.


Quantas atitudes e sentimentos tenho copiando meus pais? Quantas vezes me irrito por estar num ambiente agitado? Estou triste porque o ambiente é negativo?

Quantas pessoas me tiram a tranquilidade? Porque como primeiro o salgado depois o doce? Porque reajo quando provocado? Tenho vontade, me sinto obrigado, ou nem percebo que reajo? A reação me fez bem?

O que faço apenas para mostrar ao próximo? O que está em mim que não me pertence? O que gosto, quem sou eu? Esse medo é meu, ou dos meus pais? Dos mais de 7 bilhões de seres humanos, somos únicos. Será? Sou quem gostaria de ser? Porque?

Quanto mais afastados de nossa essência, menos seguimos nosso rumo e mais o dos outros – que não nos serve! Vestimos roupas desajustadas.

Nossa alma em contato com Deus sopra em nossos corações para que abandonemos o fardo pesado das influências negativas. Tomemos controle de nossas vidas. Ninguém está aqui por acaso.

Conectemos com nossa origem divina, afinal, qual pai deixa de orientar seu filho?