O Tribunal do Rio se deparou com o seguinte caso.
Um casal foi jantar num restaurante de luxo. Então, pararam o carro em frente ao estabelecimento, se depararam com um senhor muito bem vestido, deixaram a chave para que ele estacionasse, e entraram.
Num ambiente refinado, degustaram, como entrada, queijo de cabra caramelizado num leito de tomate, sálvia e alho-poró. Como principal, pediram mexilhões com batatas, à moda belga e coelho ao vinho com purê de baroa. Uma delícia.
Tudo acompanhado por legítimos Romanée-Conti, safra 2003. De sobremesa: crepe de chocolate com morangos flambados.
Divino! Uma noite perfeita!
Pagam a conta, elogiam o serviço, se despedem do maitre e aguardam pelo carro. Enquanto aguardam, talvez turbinados pelas 6 garrafas de vinho, inciam uma troca de afagos... os cafunés vão esquentando... uma molecagem daqui, uma mordidinha na orelha dali... um olhar mais indecente... era um prenúncio de que a cobra iria fumar!
Mas... cadê o carro??? Já se passaram quinze minutos e nada!
"Cadê o manobristra com nosso carro???" perguntam ao maitre
"Manobrista?!?!?! Senhor, nós nunca trabalhamos com manobrista!" - respondeu o gentil funcionário.
"Então, quem era o sujeito que pegou a chave do meu carro para estacionar???" - questionou o cliente, a esta altura, seguramente, com a borracha amolecida.
"Provavelmente um ladrão, senhor. E, com todo respeito, não acredito que ele tenha ido estacionar seu veículo."
Pois é. Foi exatamente isto! O tal senhor muito bem vestido, do início da história, era um ladrão que teve seu trabalho facilitado pelo descuído do casal.
O casal, se sentindo enganado, foi à justiça, contra o restaurante, pedir indenização.
Resultado: O casal perdeu, pelo fundamento que o restaurante nunca, em momento algum, assumiu a responsabilidade pela guarda do automóvel do casal e seria impossível culpá-lo pela insegurança urbana (pra não dizer desatenção do casal).
Fica o aviso: um bom restaurante certamente não te dará dor de barriga, mas poderá te dar dor de cabeça.