Era
uma vez um sujeito que sempre fazia o bem. Auxiliava o próximo com alimentos,
agasalhos, bens materiais e valorosos conselhos.
Esclarecia
e consolava indistintamente, fosse conhecido ou não, amigo ou inimigo – pois
entendia que o inimigo ou desconhecido de hoje, com amor, era o amigo de
amanhã.
Foi
desenvolvendo visão universalista entendendo que todos somos natureza,
respeitando a vida e a dignidade dos animais e do meio ambiente.
Foi
percebendo o sofrimento era uma ferramenta necessária para que o ser humano se
mobilizasse.
Porém,
foi notando que mesmo com todo o sacrifício no bem, muitas coisas continuavam
estagnadas em sua vida, invariavelmente o vazio lhe consumiam a alma...
Aliviava
o sofrimento alheio. Mas e o seu? Os dias se passavam sem resposta... o que
aumentava sua angústia e depressão.
Até
que num desses trabalhos ouviu de um inspirado aluno:
“Aprendi
com você que nos enxergamos no outro. Ajudar é desenvolver e afiar as
ferramentas para melhor nos conhecer. Por mais que ajudemos não temos como
fugir de nossas questões, de nossas mudanças, que são tão dolorosas e
difíceis. Não dá para barganhar conosco. Não se enfrentar é viver
estagnado, sem sentido. Com todo o seu talento em ajudar, você deve ser muito
bem resolvido e enfrentar todas as suas questões. Te admiro.”
Ele
percebeu que só conhecia o próximo.
Um comentário:
Seu maior oponente está dentro de si mesmo. Tarefa árdua e difícil de se executar.
Ótimo texto. Sigo sendo sua fã.
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