sábado, 16 de janeiro de 2010
flashes 5
O Igor Yamane tinha voltado dos Estados Unidos e trazido um spray de pimenta. Era a grande novidade da época.
Colégio é assim, ninguém é chamado apenas pelo nome, todo mundo é conhecido por nome e sobrenome (exemplo, meus grandes amigos eram Rodrigo Queiroz e Tiago Dantas), ou só pelo sobrenome quando o nome era muito comum e o sobrenome diferente. Tinham ainda aquelas peculiaridades, tipo Phelipe com 'ph' ou Thiago com 'h'. A gente não esquece por causa da chamada.
Bom, ele passou o dia inteiro tirando onda com o tal do spray. Que o spray cegava; que o spray fazia o cabelo cair; que o spray matava; que o spray transmitia aids; que o deixava brocha, enfim, ele e o spray eram as coisas mais importantes do mundo. Ninguém podia encostar. Tava enchendo o saco!
Final do dia, aula de história, ele finalmente me empresta o spray. Fiquei imaginando tudo que poderia fazer com aquele negócio. Não resisti e soltei, de leve, a primeira sprayzada...
...
Nada. "Será que esse troço não funciona?"
Soltei a segunda, mais forte, e emendei logo a terceira, bem poderosa! Segundos depois, a sala toda começava a tossir e coçar os olhos, inclusive o professor! Sempre tem um bando de asmáticos... esses, então, quase morreram...
Todo mundo começou a correr pro corredor... só nesse momento tive noção da merda que tinha feito. Pensei: "Será que isso realmente mata????" No meio da confusão devolvi a arma ao dono, fingi que estava tossindo e saí da sala.
Ele levou toda a culpa, foi direto pra coordenção, seus pais foram chamados etc.
Depois, falei pro Japa:
- "Quer que eu assuma? Eu me viro!"
- "Não, tá tranquilo, já passou, foi divertido..."
Ufa! Ainda bem porque eu ia tomar um belo esporro... a pimenta ia ser nos meus olhos...
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